A Grã-Bretanha de James Bond

Segunda-feira 14 Julho 2008

Um dos maiores produtos de exportação britânicos – o espião fictício James Bond, também conhecido como 007 – está inspirando uma série de eventos no Reino Unido. Embora 2008 não tenha sido oficialmente declarado o Ano de James Bond, muitas atividades foram programadas para marcar o centenário de nascimento do seu criador, Ian Fleming. Um novo filme de Bond, Quantum of Solace, com Daniel Craig em sua segunda atuação como o agente secreto, estréia nos cinemas do Reino Unido em 31 de outubro e no Brasil em 7 de novembro.

A exposição For Your Eyes Only (Somente para seus olhos), em cartaz até março de 2009 no Imperial War Museum de Londres (www.iwm.org.uk), é a primeira grande exibição dedicada à vida e obra de Ian Fleming. Inclui suas notas de pesquisa de From Russia With Love (Moscou contra 007), escritas em Istambul, além de uma seleção de outros manuscritos. Não precisa ser um agente secreto para descobrir que Fleming não escrevia apenas romances de espionagem – a exposição inclui um manuscrito de Chitty Chitty Bang Bang (O Calhambeque Mágico), comédia infantil redigida para o filho de Fleming e depois adaptada para o cinema.

Também faz parte do acervo da exposição uma mesa e cadeira de Goldeneye, a mansão jamaicana de Fleming, onde ele escreveu os romances de Bond, e um revólver Colt Python .357 Magnum, dado a Fleming pela empresa Colt em 1964. Mas talvez o mais fascinante de toda a exposição sejam os objetos dos filmes, incluindo os sapatos que escondiam uma faca, de Moscou contra 007, uma camisa manchada de sangue vestida pelo último Bond, Daniel Craig, de Casino Royale (Cassino Royale) e o biquíni laranja de Halle Berry em Die Another Day (Um novo dia para morrer). Também há os sapatos de golfe do vilão de Goldfinger (007 Contra Goldfinger), um capacete amarelo usado pelos homens de Drax em Moonraker (007 Contra o Foguete da Morte), o violoncelo perfurado por uma bala em The Living Daylights (007 Marcado para a Morte), o arpão de Thunderball (007 Contra a Chantagem Atômica) e o sobretudo usado por Sean Connery em Dr. No (007 Contra o Satânico Dr. No).

Por falar em roupas, mesmo quem não tiver o físico bem torneado de Daniel Craig pode se vestir como ele. Os fãs elegantes do 007 devem ir para 71-72 Jermyn Street, em Londres. Aqui ficam os renomados alfaiates Turnbull & Asser (www.turnbullandasser.co.uk). Eles não apenas fizeram as camisas de Daniel Craig para Cassino Royale, mas também os pijamas para M – personagem interpretada por Judi Dench. Na verdade, desde o primeiro filme de Bond, 007 Contra o Satânico Dr. No, em 1962, até Cassino Royale, todos os atores de 007 tiveram camisas e gravatas especialmente produzidas pela Turnbull & Asser. O punho James Bond é um punho duplo que, ao ser dobrado, mostra dois botões por baixo.

Como opção, vale a pena visitar a Harrods (www.harrods.com), em Knightsbridge, onde há uma franquia da Turnbull & Asser, e onde o estilista americano Tom Ford estreou recentemente no Reino Unido. Ford vestiu Daniel Craig para Quantum of Solace e dizem que o ator já destruiu uns 40 trajes feitos sob medida. “Realmente é um crime. Eu lamento sempre. São ótimas roupas”, Craig declarou à imprensa britânica recentemente.

Até mesmo agentes altamente secretos precisam comer. Nos romances, 007 costuma usar a cantina do M16. Porém, às vezes Bond janta no Scott’s (www.scotts-restaurant.com), o famoso restaurante de Londres especializado em peixes, pedindo "carne de caranguejo e Black Velvet ou faisão assado e champanhe rosé". O Scott's era o restaurante favorito de Fleming e localizava-se em Coventry Street quando ele escreveu os romances de Bond, mas depois mudou-se para 20 Mount Street, em Mayfair. Comemorou seu 150° aniversário em 2001.

Fleming adorava a culinária inglesa – especialmente ostras, ovos mexidos e linguado grelhado. Dizia que um saboroso prato inglês era a melhor comida do mundo, acompanhado de um champanhe rosé. O cardápio atual do Scott’s ainda oferece muitos dos pratos favoritos de Fleming, como Angels on Horseback (ostras empanadas com bacon em torradas) e Scotch Woodcock (ovos mexidos com anchovas).

Para o melhor martíni – o coquetel preferido do 007 – a dica é ir ao Dukes Bar, no Dukes Hotel (www.dukeshotel.com), em St James’s Place, Mayfair. O autor era presença constante e a famosa frase "shaken, not stirred" foi inspirada em um barman daqui. Coincidentemente, 2008 também é o ano do 100° aniversário do Dukes e, para comemorar, há um pacote especial chamado Bond About Town. Inclui pernoite para casal com jantar seguido de café-da-manhã no dia seguinte, aula para aprender a preparar um Martini à moda James Bond e check-out às 14 horas. Preço: a partir de 450 libras para o casal.

É claro que nenhum filme de James Bond é completo sem automóveis especiais. Nem precisa ser um fanático por carros para apreciar a James Bond Experience, no National Motor Museum (www.beaulieu.co.uk), em Beaulieu, New Forest, a duas horas de Londres. Alguns dos extraordinários veículos dos filmes de Bond estão em exposição – o AMC Hornet usado para perseguir o vilão Scaramanga em The Man with The Golden Gun (007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro), o Aston Martin de 007 Marcado para a Morte e a moto BMW R1200 usada na seqüência de perseguição de Tomorrow Never Dies (O Amanhã Nunca Morre). Além disso, os fãs de Bond ainda poderão admirar o carro submarino Lotus de The Spy Who Loved Me (O Espião que me Amava), com as famosas rodas que viram barbatanas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Ian Fleming trabalhou em Bletchey Park (www.bletchleypark.org.uk), em Buckinghamshire, sudoeste da Inglaterra, onde funcionava o centro de inteligência militar britânica. O local foi transformado em um museu aberto ao público e as exposições incluem objetos da Segunda Guerra Mundial, como máquinas de criptologia. Em 25 de agosto, Bletchley Park será o palco do evento especial From Bletchley With Love, em homenagem a Ian Fleming. Estão previstos shows de pára-quedistas, exposição de vários modelos do carro Aston Martin, exibição de mensagens originais interceptadas do serviço secreto alemão sobre os espiões que atuavam no Reino Unido, apetrechos usados por agentes secretos e detalhes sobre a vida dos agentes duplos.

Embora as aventuras de Bond o tenham levado a destinos exóticos para salvar o mundo da destruição, um número considerável de endereços britânicos serviu de cenário em vários filmes. A base de 007 é em Londres, no prédio M16, com a bela vista para o rio, em Vauxhall, região sul da cidade. O rio Tâmisa foi o cenário para a perseguição de barco no início de The World is Not Enough (007 – O Mundo não é o Bastante). O College of Arms (www.college-of-arms.gov.uk), perto da St Paul’s Cathedral, é o local onde Bond foi investigar os ancestrais de Blofeld em On Her Majesty’s Secret Service (007 A Serviço Secreto de Sua Majestade), e a casa de leilões Sotheby’s (www.sothebys.com) é onde Bond troca um ovo Fabergé raro por um falso em Octopussy (007 Contra Octopussy). O famoso Ritz Hotel (www.theritzlondon.com), em Piccadilly, hospedou Bond em Diamonds are Forever (007 – Os Diamantes São Eternos), embora os experts em Bond saibam que, nos livros, ele ficou no Savoy. Ao sul do rio Tâmisa, em Pimlico, mais exatamente no número 22 da Ebury Street, uma placa azul do Instituto do Patrimônio Nacional marca o lugar onde Fleming nasceu, há 100 anos.

Fora de Londres, também há muitos lugares para um roteiro inspirado em James Bond. Pinewood Studios, em Buckinghamshire – e o 007 Stage, onde todas as espetaculares façanhas da engenharia do filme são filmadas – pode ser inacessível para os visitantes, mas o parque nacional fica ali perto. Ele “virou” o campo de rebeldes da Uganda no início de Cassino Royale. O mesmo filme usa o Dunsfold Aerodrome, (www.dunsfoldaerodrome.com), em Surrey, para as cenas de fuga no Aeroporto de Miami, quando um terrorista tenta explodir um avião de passageiros. A pista de corrida Epsom (www.epsomderby.co.uk), em Surrey, serviu para as cenas do aeroporto de St. Petersburg em Goldeneye (007 Contra Goldeneye).

De Maidstone a Dover, em Kent, sudeste de Londres, Bond perseguiu o cientista Drax em um Bentley superaquecido em 007 Contra o Foguete da Morte. Perto de Dover, Fleming comprou uma casa de veraneio chamada White Cliffs, em St. Margaret's Bay, e jogava golfe ali perto, em Royal St. George’s (www.royalstgeorges.com), o local perfeito para a cena em que o 007 disputa uma partida contra o vilão Goldfinger. A cena do filme foi feita no Stoke Park Club (www.stokeparkclub.com), um exclusivo hotel de luxo perto de Slough, em Berkshire. Algum tempo depois, o salão de bailes foi transformado no quarto de hotel onde Bond se hospedou em Hamburgo, em O Amanhã Nunca Morre.

Também em Kent, há um antigo e pitoresco pub chamado The Duck Inn, em Pett Bottom, perto de Canterbury, que é retratado no livro You Only Live Twice (Com 007 Só Se Vive Duas Vezes). Fleming inspirou-se para alguns romances de 007 em seu banco favorito no jardim do pub. O banco ainda está lá e tem uma placa em homenagem ao escritor.
Ainda que os funcionários do pub não preparem um martíni tão bom quanto o do Duke’s Bar, em Londres, eles servem cervejas bem razoáveis. Só não adianta pedir que ela seja batida, nem tampouco mexida.

Para mais informações, contatar:

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pressandpr@visitbritain.com

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Ian Fleming, James Bond